Filosofia Antiga
Aula 01
Introdução à filosofia
A filosofia se constitui como uma forma racional de investigar os mais diversos fenômenos.
Em sentido literal, o termo filosofia é formado por 2 radicais gregos:
Filo + Sofia
Amigo Conhecimento/Sabedoria
Podemos concluir que o filósofo é um amigo do conhecimento, ou seja, é um pensador que desenvolve um método racional para investigar a realidade.
Toda a formação do pensamento filosófico deriva do processo que deu origem à Razão.
Não há, até o presente momento, condições para indicar onde, como e quando a Razão surgiu, mas podemos apontar quais foram as suas conseqüências e desdobramentos.
Processo de surgimento da Razão
a) Dimensão moral: dimensão na qual o indivíduo desenvolve o “Eu”, passando a criar, a partir de então, as primeiras regras de convivência para a vida em coletividade e em sociedade;
b) Dimensão técnica: se constitui como o domínio de métodos, técnicas e processos que facilitassem avida do Homem primitivo. Ex. agricultura, domesticação de animais, pesca, construção de edificações, etc;
c) Dimensão religiosa: estabelecia a relação, o vínculo de ligação do Homem do o Absoluto através de cerimônias, ritos e rituais.
Aula 02
Categorias do pensamento
A história da humanidade é, em última análise, a história da evolução do pensamento. Nesse sentido, podemos observar que o Homem, em períodos primitivos de formação, desenvolveu métodos e técnicas que procuravam entender os mais diversos fenômenos.
Esse processo evolutivo, então, desenvolveu-se através de etapas, sendo que cada etapa supera a etapa anterior.
1) Senso comum: constitui-se como sendo a etapa em que o pensamento encontra-se no seu estágio mais primitivo e primário; não possui, desse modo, nenhuma técnica para a observação da realidade, aceitando, como válidas, todas as informações percebidas pelos sentidos sensoriais; nessa etapa se formam os mitos, lendas e crendices;
2) Senso crítico: nessa etapa, o indivíduo percebe incoerências e contradições nas informações obtidas pelos sentidos sensoriais e duvida de sua validade; muito embora haja a dúvida (questionamento das informações), o senso crítico não se constitui como um método;
3) Ciência: nessa etapa, a dúvida se transforma em um método, cujo objetivo é explicar a realidade de forma racional, objetiva e imparcial;
4) Filosofia: a filosofia possui inúmeras semelhanças com a ciência, mas se diferencia dela em razão de não permanecer presa a um único método.
Aula 03
Mitologia
Ainda que, em períodos primitivos, o Homem não possuísse recursos para explicar racional e objetivamente os fenômenos, sempre houve o impulso de explicá-los de uma forma ou de outra.
Correspondendo a esse impulso, o Homem, por meio do senso comum, iniciou um processo de explicação dos mais variados fenômenos através de narrativas denominadas mitos.
Denomina-se mito uma explicação fictícia para um fenômeno real;
Os mitos ofereciam um modo para o Homem antigo organizar a realidade; os mitos procuravam oferecer um entendimento válido para o Homem.
A principal característica das narrativas mitológicas é a validade atribuída a processos mágicos e fantasiosos;
O mito possuía, independente da cultura, três caráteres que o definiam como modo de organização da realidade:
1) Caráter moral: constitui-se através da formulação de regras para a conduta individual e para a conduta coletiva; desenvolveu o modelo conduta através da figura do Herói;
2) Caráter de explicação dos fenômenos: oferecia um entendimento para os fenômenos naturais (chuva, Sol, Lua, estrelas, etc.), sociais (guerra), psicossociais (alegria, amor, compaixão), dentre outros;
3) Caráter religioso: criava uma ligação do Homem com os deuses (Absoluto); o Homem antigo temia a fúria dos deuses.
Introdução à filosofia
A filosofia se constitui como uma forma racional de investigar os mais diversos fenômenos.
Em sentido literal, o termo filosofia é formado por 2 radicais gregos:
Filo + Sofia
Amigo Conhecimento/Sabedoria
Podemos concluir que o filósofo é um amigo do conhecimento, ou seja, é um pensador que desenvolve um método racional para investigar a realidade.
Toda a formação do pensamento filosófico deriva do processo que deu origem à Razão.
Não há, até o presente momento, condições para indicar onde, como e quando a Razão surgiu, mas podemos apontar quais foram as suas conseqüências e desdobramentos.
Processo de surgimento da Razão
a) Dimensão moral: dimensão na qual o indivíduo desenvolve o “Eu”, passando a criar, a partir de então, as primeiras regras de convivência para a vida em coletividade e em sociedade;
b) Dimensão técnica: se constitui como o domínio de métodos, técnicas e processos que facilitassem avida do Homem primitivo. Ex. agricultura, domesticação de animais, pesca, construção de edificações, etc;
c) Dimensão religiosa: estabelecia a relação, o vínculo de ligação do Homem do o Absoluto através de cerimônias, ritos e rituais.
Aula 02
Categorias do pensamento
A história da humanidade é, em última análise, a história da evolução do pensamento. Nesse sentido, podemos observar que o Homem, em períodos primitivos de formação, desenvolveu métodos e técnicas que procuravam entender os mais diversos fenômenos.
Esse processo evolutivo, então, desenvolveu-se através de etapas, sendo que cada etapa supera a etapa anterior.
1) Senso comum: constitui-se como sendo a etapa em que o pensamento encontra-se no seu estágio mais primitivo e primário; não possui, desse modo, nenhuma técnica para a observação da realidade, aceitando, como válidas, todas as informações percebidas pelos sentidos sensoriais; nessa etapa se formam os mitos, lendas e crendices;
2) Senso crítico: nessa etapa, o indivíduo percebe incoerências e contradições nas informações obtidas pelos sentidos sensoriais e duvida de sua validade; muito embora haja a dúvida (questionamento das informações), o senso crítico não se constitui como um método;
3) Ciência: nessa etapa, a dúvida se transforma em um método, cujo objetivo é explicar a realidade de forma racional, objetiva e imparcial;
4) Filosofia: a filosofia possui inúmeras semelhanças com a ciência, mas se diferencia dela em razão de não permanecer presa a um único método.
Aula 03
Mitologia
Ainda que, em períodos primitivos, o Homem não possuísse recursos para explicar racional e objetivamente os fenômenos, sempre houve o impulso de explicá-los de uma forma ou de outra.
Correspondendo a esse impulso, o Homem, por meio do senso comum, iniciou um processo de explicação dos mais variados fenômenos através de narrativas denominadas mitos.
Denomina-se mito uma explicação fictícia para um fenômeno real;
Os mitos ofereciam um modo para o Homem antigo organizar a realidade; os mitos procuravam oferecer um entendimento válido para o Homem.
A principal característica das narrativas mitológicas é a validade atribuída a processos mágicos e fantasiosos;
O mito possuía, independente da cultura, três caráteres que o definiam como modo de organização da realidade:
1) Caráter moral: constitui-se através da formulação de regras para a conduta individual e para a conduta coletiva; desenvolveu o modelo conduta através da figura do Herói;
2) Caráter de explicação dos fenômenos: oferecia um entendimento para os fenômenos naturais (chuva, Sol, Lua, estrelas, etc.), sociais (guerra), psicossociais (alegria, amor, compaixão), dentre outros;
3) Caráter religioso: criava uma ligação do Homem com os deuses (Absoluto); o Homem antigo temia a fúria dos deuses.
Aula 04
Fatores que influenciaram o início da filosofia
As explicações mitológicas foram úteis durante boa parte do período antigo; contudo, tais explicações não possuíam a condição de explicação os fenômenos de modo racional e objetivo.
Por essa razão, o Homem se viu “forçado” a elaborar um conjunto novo de explicações para os fenômenos, mas utilizando o método racional para isso.
Historicamente, ocorreu, na região da antiga Grécia, uma combinação de fatores que estimularam o surgimento do pensamento filosófico.
a) Grandes navegações: em determinado momento do período antigo, ocorreu um avanço radical na tecnologia. Esse avanço tecnológico permitiu com que as embarcações resistissem a condições marítimas desfavoráveis, oferecendo, assim, a possibilidade de chegar a locais mais distantes.
Nesse sentido, o marinheiros chegavam aos distantes locais descritos nas narrativas mitológicas, verificando que nada havia lá.
O resultado foi descrédito da mitologia. As navegações também proporcionavam, em virtude do comércio, o contato entre diferentes culturas, povos e civilizações, resultando em uma relativização cultural.
Fatores que influenciaram o início da filosofia
As explicações mitológicas foram úteis durante boa parte do período antigo; contudo, tais explicações não possuíam a condição de explicação os fenômenos de modo racional e objetivo.
Por essa razão, o Homem se viu “forçado” a elaborar um conjunto novo de explicações para os fenômenos, mas utilizando o método racional para isso.
Historicamente, ocorreu, na região da antiga Grécia, uma combinação de fatores que estimularam o surgimento do pensamento filosófico.
a) Grandes navegações: em determinado momento do período antigo, ocorreu um avanço radical na tecnologia. Esse avanço tecnológico permitiu com que as embarcações resistissem a condições marítimas desfavoráveis, oferecendo, assim, a possibilidade de chegar a locais mais distantes.
Nesse sentido, o marinheiros chegavam aos distantes locais descritos nas narrativas mitológicas, verificando que nada havia lá.
O resultado foi descrédito da mitologia. As navegações também proporcionavam, em virtude do comércio, o contato entre diferentes culturas, povos e civilizações, resultando em uma relativização cultural.
Aula 05
Cont.
b) Surgimento da escrita: a escrita foi um dos principais motivos para o desenvolvimento da filosofia; antes da escrita, havia a linguagem de símbolos, que estava apta a indicar fenômenos, mas não ideias;
Com a criação do alfabeto, surgiram palavras e conceitos que passaram a equivaler a ideias; o principal exemplo de linguagem de símbolos foram os hieróglifos egípcios; ao passo que um dos primeiros alfabetos foi o grego;
A escrita, organizada pelo alfabeto, ofereceu as condições para a formulação metodológica de ideias, por meio de teorias;
c) Surgimento do calendário: muito embora tenha surgido com a finalidade de organizar o tempo, o calendário resultou em uma segunda consequência: a observação racional dos fenômenos naturais.
O Homem, em determinado momento do período antigo, percebeu, por meio de observação, que os fenômenos climáticos se repetiam em intervalos fixos
de tempo, identificando, assim, um padrão racional de comportamento dos fenômenos naturais;
Até então, o Homem dependia da intervenção dos deuses para organizar o tempo, em particular nos períodos de plantio e colheita; a partir do calendário o Homem entendeu que não mais dependia dos deuses, mas, em particular, do método de observação.
Cont.
b) Surgimento da escrita: a escrita foi um dos principais motivos para o desenvolvimento da filosofia; antes da escrita, havia a linguagem de símbolos, que estava apta a indicar fenômenos, mas não ideias;
Com a criação do alfabeto, surgiram palavras e conceitos que passaram a equivaler a ideias; o principal exemplo de linguagem de símbolos foram os hieróglifos egípcios; ao passo que um dos primeiros alfabetos foi o grego;
A escrita, organizada pelo alfabeto, ofereceu as condições para a formulação metodológica de ideias, por meio de teorias;
c) Surgimento do calendário: muito embora tenha surgido com a finalidade de organizar o tempo, o calendário resultou em uma segunda consequência: a observação racional dos fenômenos naturais.
O Homem, em determinado momento do período antigo, percebeu, por meio de observação, que os fenômenos climáticos se repetiam em intervalos fixos
de tempo, identificando, assim, um padrão racional de comportamento dos fenômenos naturais;
Até então, o Homem dependia da intervenção dos deuses para organizar o tempo, em particular nos períodos de plantio e colheita; a partir do calendário o Homem entendeu que não mais dependia dos deuses, mas, em particular, do método de observação.
Aula 06
Cont.
d) Surgimento da moeda: uma das principais características da antiguidade decorria do método utilizado para as trocas de produtos e mercadorias. Nesse período, as trocas ocorriam por meio de um padrão denominado valor de uso, cujo valor se baseava na utilidade, no valor concreto do artigo; esse método era eficaz quando ocorria a troca entre artigos similares;
Para superar a dificuldade de referente à troca de artigos distintos e não similares, surgiu um outro padrão, denominado valor de troca, cuja característica era se constituir como um valor abstrato, convencionado entre os interessados;
e) Surgimento da pólis: durante boa parte do período antigo, o Homem vivia de modo isolado, no interior das localidades geográficas;
Contudo, o desenvolvimento do comércio e das relações econômicas, geralmente ao lado de rios e em áreas litorâneas, promoveu a saída
do Homem do interior para esses grupamentos humanos em desenvolvimento, daí surgiram as cidades;
As pólis (cidades) criaram uma dinâmica denominada de urbana; com a convivência coletiva surgiram os inúmeros problemas urbanos, tais como:
conflitos de interesses, atrito entre os grupos sociais, etc;
Essas problemáticas forçaram o Homem antigo a elaborar soluções (racionais) para resolvê-los, independente dos deuses.
Aula 07
Cont.
f) Surgimento da política: na medida em que as cidades (polis) iniciaram um processo irreversível de desenvolvimento, surgiu, de imediato, a necessidade de organizar esses grupos humanos; o meio segundo o qual esse processo ocorreu oi denominado política.
A palavra política se originou do termo grego polis, de modo que a política passou a equivaler à administração da cidade.
A política ofereceu condições para o surgimento de dois fenômenos: 1) poder político (autoridade política) e 2) o direito (como expressão escrita dos direitos e garantias);
A política se constituiu por meio de 3 características:
1) Expressão da vontade coletiva: os problemas sociais-urbanos necessitavam de ação humana; a política, portanto, se tornou a expressão da vontade coletiva organizada por meio do poder político conferido a uma pessoa;
2) Exercício da Razão: para representar um determinado grupo, é fundamental que a liderança se constituísse por meio de argumentos racionais, a fim de que o maior número possível de interesses seja atingido;
3) Espaçopúblico: o espaço público criou a dinâmica do debate, que surgiu com a finalidade de que prevalecesse a melhor ideia (ou proposta) acerca dos interesses coletivos e sociais.
Aula 08
Pensamento pré-socrático
Na medida em que a mitologia deixou de ser uma referência de conhecimento válida, surgiu a necessidade de ser constituído um novo método de pensamento; contudo, o critério utilizado para isso seria a Razão.
Passou a entender por racional tudo aquilo que oferecesse condições de comprovação; a exigência de comprovação dividiu o conhecimento em 2 categorias:
1) Conhecimento válido (comprovável); e
2) Conhecimento não válido (não comprovável).
Quem primeiro formulou essa nova abordagem de pensamento foi um grupo de pensadores denominado pré-socrático; o pensamento pré-socrático procurou elaborar uma compreensão (racional) para a origem dos fenômenos e dos seres, essa área de conhecimento passou a ser chamada physis.
a) Tales de Mileto: é considerado o “pai” da filosofia; seu pensamento investigou a origem dos seres e dos fenômenos; a ele é conferida a elaboração do termo filosofia e do método filosófico.
Método filosófico: é composto por 4 etapas:
I) Princípio: é a regra primária para a formulação de uma explicação;
II) Critério: é a separação dos fenômenos e seres de acordo com um padrão de semelhanças e diferenças;
III) Análise: investiga o fenômeno;
IV) Evidência: comprova o fenômeno.
Aula 09
cont.
b) Parmênides de Eléia: dentre os pensadores pré-socráticos, Parmênides foi o que, em primeiro lugar, desenvolveu um entendimento sobre o conceito de abstração;
Parmênides entendeu o conceito de abstração como o padrão comum que identifica um determinado conjunto de fenômenos.
Na verdade, Parmênides observou que todo fenômeno é composto por 2 elementos:
1) parte física (sensível) que se percebe por meio dos sentidos; e
2) parte abstrata (inteligível) que se percebe por meio da Razão e do pensamento intelectual;
Em razão desses dois critérios, Parmênides elaborou um método em que a própria realidade foi dividida em duas partes distintas:
I) Realidade sensível: constitui-se como aquela composta por todos os fenômenos, seres e demais objetos; sua percepção ocorre por meio dos sentidos sensoriais; é a
realidade em que ocorre a variedade e a multiplicidade dos seres e dos fenômenos;
II) Realidade inteligível: constitui-se como aquela composta pelos conceitos e pelas ideias; sua percepção ocorre apenas por meio do pensamento racional/intelectual; é a
realidade em que ocorre a unidade dos conceitos e das ideias, sendo estas o padrão dos fenômenos; é a verdadeira realidade para Parmênides.