Filosofia Medieval
Aula 01
Introdução
Um dos aspectos mais importantes no estudo da historiografia oficial decorre da investigação acerca do período de transição de um período histórico para o período histórico seguinte;
Linha do tempo
1) Período Antigo 2) Período Medieval 3) Período Moderno 4) Período Contemp.
1. Período antigo: +/- 10000 a.C até 476 d.C;
2. Período medieval: 476 d.C até o século XIII;
3. Período moderno: século XIII até 1789;
4. Período contemporâneo: 1789 até dos dias atuais.
Cumpre ressaltar que a transição do período antigo para o período contemporâneo foi constituído por uma série de fatores que contribuíram para o fim de uma estrutura social organizacional predominante e a sua substituição por outra forma de organização;
O modo segundo o qual o período antigo foi organizado (na história ocidental), foi, em grande parte, definido a partir do desenvolvimento da sociedade histórica denominada Império Romano;
O fim de período antigo e o início do período medieval estão ligados, portanto, a 2 eventos históricos:
1) O declínio e, posteriormente, a queda (fim) do Império Romano;
2) O surgimento, o desenvolvimento e a consolidação de uma nova religião: o Cristianismo.
Aula 02
cont.
Entender os fatores segundo os quais ocorreu a transição do período antigo para o período medieval equivale a compreender quais os aspectos que foram alterados de um momento histórico para o momento histórico seguinte.
No sentido específico da transição da idade antiga para a idade média, cumpre ressaltar as características e demais aspectos da
sociedade histórica denominada Império Romano.
Sua origem está ligada ao povoado de Alba Longa, que posteriormente foi rebatizada de Roma pelo irmãos Rômulo e Remo, ainda no século
VIII a.C.
Fatores que influenciaram o fim do Império Romano
1) Divisão moral da sociedade: reproduzindo a estrutura social da época antiga, a sociedade romana estava rigidamente dividida em inúmeros segmentos sociais; havia, por conseguinte, 3 grandes classes sociais, que estavam distribuídas do seguinte modo:
cont.
Entender os fatores segundo os quais ocorreu a transição do período antigo para o período medieval equivale a compreender quais os aspectos que foram alterados de um momento histórico para o momento histórico seguinte.
No sentido específico da transição da idade antiga para a idade média, cumpre ressaltar as características e demais aspectos da
sociedade histórica denominada Império Romano.
Sua origem está ligada ao povoado de Alba Longa, que posteriormente foi rebatizada de Roma pelo irmãos Rômulo e Remo, ainda no século
VIII a.C.
Fatores que influenciaram o fim do Império Romano
1) Divisão moral da sociedade: reproduzindo a estrutura social da época antiga, a sociedade romana estava rigidamente dividida em inúmeros segmentos sociais; havia, por conseguinte, 3 grandes classes sociais, que estavam distribuídas do seguinte modo:
O segmento 01 era constituído pela aristocracia; o segmento 02 era constituído pelos homens livres; ao passo que o segmento 03 era constituído pelos escravos.
Contudo, a maior característica desse modelo decorria de uma divisão moral entre os segmentos sociais, no sentido de que os segmentos inferiores reconheciam a condição (moral) superior da aristocracia.
Contudo, a maior característica desse modelo decorria de uma divisão moral entre os segmentos sociais, no sentido de que os segmentos inferiores reconheciam a condição (moral) superior da aristocracia.
Aula 03
Cont.
2) Economia Escravocrata: o modelo de produção econômico no período antigo correspondia à exploração do trabalho escravo. Nessa relação, havia 2 personagens principais: o senhor (explorador) e o escravo (explorado). A dinâmica da exploração do trabalho era muito simples, o escravo produzia toda a riqueza, mas quem usufruía dessa produção era, exclusivamente, o senhor.
Nesse sentido, podemos afirmar que para que o modelo econômico permanecesse em funcionamento, era fundamental que o “equilíbrio” entre senhores e escravos não fosse rompido. O que significava que o escravo deveria perceber os maus tratos e o sofrimento como sendo algo natural à escravidão, de tal modo que o escravo reconhecesse que ele (escravo) era inferior e o senhor era superior.
3) Cultura de Conquista: dentre a maioria das sociedades históricas e impérios antigos, o Império Romano provavelmente era o que mais dependia das conquistas para continuar sobrevivendo.
Por conquista se entende qualquer iniciativa em que um povo derrota um povo ou uma população. O vencedor extrai propriedades e riquezas do derrotado e impõe a sua cultura, seus costumes e suas leis.
No caso especifico do Império Romano havia dois aspectos referentes à cultura de conquista:
a) Aspecto material: as conquistas alimentavam a economia romana através de um fluxo constante de escravos. Os escravos, em sua maioria prisioneiros de guerra, necessitavam de reposição, para substituir aqueles que haviam morrido ou perdidos por qualquer razão. Se o fluxo de escravos parasse, a economia entraria em crise, não mais gerando riqueza.
b) Aspecto simbólico: as conquistas do Império Romano serviam como uma forma de criar uma imagem de sucesso e vitória do Império. A cultura e a forma de
pensar dos povos correspondem ao desejo estar do lado do vencedor. Enquanto essa imagem fosse mantida, os povos antigos continuariam acreditando e confiando no
império romano. Contudo, se essa imagem fosse rompida, todos os povos perderiam a confiança no império.
Cont.
2) Economia Escravocrata: o modelo de produção econômico no período antigo correspondia à exploração do trabalho escravo. Nessa relação, havia 2 personagens principais: o senhor (explorador) e o escravo (explorado). A dinâmica da exploração do trabalho era muito simples, o escravo produzia toda a riqueza, mas quem usufruía dessa produção era, exclusivamente, o senhor.
Nesse sentido, podemos afirmar que para que o modelo econômico permanecesse em funcionamento, era fundamental que o “equilíbrio” entre senhores e escravos não fosse rompido. O que significava que o escravo deveria perceber os maus tratos e o sofrimento como sendo algo natural à escravidão, de tal modo que o escravo reconhecesse que ele (escravo) era inferior e o senhor era superior.
3) Cultura de Conquista: dentre a maioria das sociedades históricas e impérios antigos, o Império Romano provavelmente era o que mais dependia das conquistas para continuar sobrevivendo.
Por conquista se entende qualquer iniciativa em que um povo derrota um povo ou uma população. O vencedor extrai propriedades e riquezas do derrotado e impõe a sua cultura, seus costumes e suas leis.
No caso especifico do Império Romano havia dois aspectos referentes à cultura de conquista:
a) Aspecto material: as conquistas alimentavam a economia romana através de um fluxo constante de escravos. Os escravos, em sua maioria prisioneiros de guerra, necessitavam de reposição, para substituir aqueles que haviam morrido ou perdidos por qualquer razão. Se o fluxo de escravos parasse, a economia entraria em crise, não mais gerando riqueza.
b) Aspecto simbólico: as conquistas do Império Romano serviam como uma forma de criar uma imagem de sucesso e vitória do Império. A cultura e a forma de
pensar dos povos correspondem ao desejo estar do lado do vencedor. Enquanto essa imagem fosse mantida, os povos antigos continuariam acreditando e confiando no
império romano. Contudo, se essa imagem fosse rompida, todos os povos perderiam a confiança no império.
Aula 04
Cont.
4) “Religião” Politeísta: a tradição religiosa na antiguidade clássica estava baseada na existência de vários deuses.
Cada deus possuía uma atribuição distinta. A conseqüência desse tipo de modelo religioso é o fato de que a população não constitui uma unidade ético/moral que orientasse a conduta individual e coletiva de maneira uniforme, pois cada deus indicava um conjunto específico de princípios e valores.
No caso específico do Império Romano, o politeísmo não permitiu a formação de um conjunto de princípios e valores uniforme por todo o império. A cultura, na época. era constituída pela dinâmica da conquista e da dominação de Roma sobre os demais povos antigos.
5) Surgimento do Cristianismo: o surgimento, na condição de fenômeno histórico, é atribuído às pregações da doutrina de Cristo. A Igreja cristã surge por volta da década de 80 do primeiro século e passa a difundir a doutrina cristã de modo mais organizado e sistematizado.
A Igreja, desde que foi organizada, iniciou um processo de difusão da mensagem e da doutrina de Cristo por todos os segmentos sociais. Contudo, a Igreja conquistou um número expressivo, e crescente, de adeptos nas camadas mais pobres e necessitadas da sociedade romana.
Na medida em que o cristianismo se consolidava, surgiu um conflito inevitável entre a estrutura social do Império romano e a visão de mundo e de sociedade difundida pela Igreja. A visão do império se baseava em: a) conquista, b) divisão de classe, c) dominação de um povo pelo outro, etc.; ao passo que o cristianismo baseava-se em uma visão baseada no: amor, piedade, caridade e igualdade. O império e o cristianismo disputaram o imaginário popular até o ano 373 d.C, quando o imperador Constantino tornou o cristianismo a religião oficial do império.
Cont.
4) “Religião” Politeísta: a tradição religiosa na antiguidade clássica estava baseada na existência de vários deuses.
Cada deus possuía uma atribuição distinta. A conseqüência desse tipo de modelo religioso é o fato de que a população não constitui uma unidade ético/moral que orientasse a conduta individual e coletiva de maneira uniforme, pois cada deus indicava um conjunto específico de princípios e valores.
No caso específico do Império Romano, o politeísmo não permitiu a formação de um conjunto de princípios e valores uniforme por todo o império. A cultura, na época. era constituída pela dinâmica da conquista e da dominação de Roma sobre os demais povos antigos.
5) Surgimento do Cristianismo: o surgimento, na condição de fenômeno histórico, é atribuído às pregações da doutrina de Cristo. A Igreja cristã surge por volta da década de 80 do primeiro século e passa a difundir a doutrina cristã de modo mais organizado e sistematizado.
A Igreja, desde que foi organizada, iniciou um processo de difusão da mensagem e da doutrina de Cristo por todos os segmentos sociais. Contudo, a Igreja conquistou um número expressivo, e crescente, de adeptos nas camadas mais pobres e necessitadas da sociedade romana.
Na medida em que o cristianismo se consolidava, surgiu um conflito inevitável entre a estrutura social do Império romano e a visão de mundo e de sociedade difundida pela Igreja. A visão do império se baseava em: a) conquista, b) divisão de classe, c) dominação de um povo pelo outro, etc.; ao passo que o cristianismo baseava-se em uma visão baseada no: amor, piedade, caridade e igualdade. O império e o cristianismo disputaram o imaginário popular até o ano 373 d.C, quando o imperador Constantino tornou o cristianismo a religião oficial do império.
Aula 05
Cont.
6) Crise “Moral”: é fundamental perceber que a manutenção de um regime de governo e específico depende, necessariamente, de dois fatores: a) o
reconhecimento da “validade” (não necessariamente legitimidade) do poder estabelecido, por parte dos governados (população); e b) contrapartida de
autoridade por parte dos governantes.
Observando-se a ausência de qualquer dos fatores acima mencionados, decorre uma situação em que o poder estabelecido passa a ser questionado o que,
inevitavelmente, conduz os governados a não mais atribuir (conferir) reconhecimento ao governo.
Esse processo ocorreu com diversas sociedades antigas, mas, em específico, será ressaltado o processo referente ao Império Romano.
Uma das consequências do Cristianismo foi a criação (desenvolvimento) de um ethoscoletivo, que, por sua vez, ofereceu à população romana da época a condição de formar um consenso mínimo acerca dos mesmos princípios, ideias e valores culturais comuns.
O resultado desse processo foi a formação de um entendimento popular que não mais reconhecia a autoridade do Império Romano para governar as suas vidas.
Gradativamente o poder do Império diminuía à medida que a confiança da população igualmente diminuía; até que, em 476 d.C, o Império Romano, por fim, caiu.
Aula 06
Pensamento Filosófico Medieval
Independente do método histórico utilizado, o processo de surgimento, desenvolvimento e consolidação do cristianismo não pode ter a sua importância diminuída como princípio de entendimento da Idade Média.
Nesse sentido, o pensamento medieval refletiu, diretamente, as características e os demais aspectos da doutrina cristã, de tal modo que essa influência foi inevitável para a sociedade.
De modo similar às demais áreas do conhecimento, a filosofia refletiu, em sua metodologia, a profunda influência do cristianismo no desenvolvimento de suas ideias.
Assim, a filosofia “abandonou” o método filosófico (racional) e adotou a doutrina cristã como método.
Refletindo, portanto, a orientação de cada momento do período medieval, a filosofia apresentou 4 fases no que se refere à formulação do seu pensamento.
Etapas do pensamento medieval
a) Padres apostólicos: nessa fase do pensamento, a filosofia, em virtude do método racional, era considerada um método proibido, tendo em vista a impossibilidade de comprovação do fenômeno do Absoluto.
b) Padres apologistas: nessa fase, os pensadores formulam os principais conceitos cristãos, defendendo a visão cristã.
c) Patrística: a filosofia é utilizada para explicar racionalmente o fenômeno do Absoluto. Seu principal pensador foi Santo Agostinho.
d) Escolástica: nessa fase, fé e Razão passam a se constituir como um único fenômeno. Seu principal pensador foi Santo Tomás de Aquino.
Aula 07
Conceitos Medievais
Ao processo de fundação e de surgimento de uma religião segue-se um processo de formulação de uma doutrina.
A doutrina, na verdade, passa a se constituir como o entendimento (formalizado) de uma determinada religião; esse processo de formalização ocorre por meio de 2 instrumentos: a compilação de textos que formam o livro sagrado; e, derivado do livro sagrado, a formulação de entendimentos secundários (bulas, atas, epistolas, tratados, etc.).
A formulação de uma doutrina ocorre como resultado de formulação de conceitos, dentre os quais destacam-se:
1) Maniqueísmo: a cultura antiga possuía uma compreensão moral especiífica, paa a pessoa que viveu na antiguidade, as concepções de BEM e MAL não eram distintas; havia o entendimento de que ambas as concepções formavam um ciclo e completavam-se (ainda que fossem contraditórias);
A consequência desse entendimento foi a não formulação de um conjunto fixo de princípios e valores morais, tendo em vista que o elemento predominante era a situação motivadora de uma escolha; nesse modelo, não havia certo e errado.
O maniqueísmo foi uma concepção cujo fundamento era diferenciar o BEM e o MAL, passando, cada qual, a constitui um conjunto específico de princípios e valores, que os separava.
Aula 08
Cont.
2) Dogmatismo: na medida em que se fundamenta em um fenômeno que oferece condição de comprovação (racional), é importante que a doutrina possua 2 elementos: a) uma sólida (convincente) construção conceitual; e b) não ofereça possibilidade de questionamento ou de contestação.
De acordo com segundo elemento, foi formulado o conceito de dogmatismo, em que foi desenvolvida a concepção de que não se admitia qualquer questionamento com relação à doutrina.
3) Pelagianismo: desde o século primeiro da era cristã, houve a compreensão de que a mensagem do Absoluto havia sido revelada a Cristo e este, por sua vez, a havia difundido.
Com o surgimento e a consolidação da religião cristã, formulou-se o consenso de que à Igreja (instituição) foi coferido o monopólio de interpretar a palavra, relando ao público seu significado.
Pelágio, pensador cristão do século IV entendia que a palavra deveria ser livremente interpretada pelas pessoas, de tal modo que cada um
adaptasse o seu conteúdo à sua situação concreta.
A proposta de Pelágio foi rejeitada pelas autoridades cristãs da época, pois reduzia, drasticamente, o seu poder com relação aos fiéis.