Filosofia Moderna
Aula 01
Pode-se observar que cada período histórico desenvolve uma metodologia para investigar e compreender os mais variados fenômenos; contudo,
um aspecto que merece ser mencionado consiste no fato de que cada metodologia reflete a orientação predominante em cada período histórico;
Esse critério aplicou-se ao período antigo e ao período medieval e, por conseguinte, ao período moderno;
De modo similar aos demais períodos, ocorreu um processo de transição do período medieval para o período moderno.
Linha do tempo
1) Período Antigo 2) Período Medieval 3) Período Moderno 4) Período Contemp.
1. Período antigo: +/- 10000 a.C até 476 d.C;
2. Período medieval: 476 d.C até o século XIII;
3. Período moderno: século XIII até 1789;
4. Período contemporâneo: 1789 até dos dias atuais.
O período de transição da Idade Média para a Idade Moderna foi marcado por inúmeros fatores que determinaram uma radical mudança de orientação.
Reforçando o entendimento de uma mudança radical, houve a reutilização de um método da antiguidade que foi abandonado na Idade Média: a Razão.
Aula 02
Contextualização histórica
Para compreender o efeito alcance das alterações ocorridas na transição da idade média para a idade moderna, é fundamental entender a organização sócio-política medieval; esse modo de organização era denominada: feudalismo.
O feudalismo, enquanto, modo de organização sócio-politico, apresentava características bem especificas.
Por se constituir como um regime político centralizado, no feudalismo a figura predominante era o senhor feudal;
Esquema de um feudo
Figura
Os feudos constituíam-se como unidades políticas, econômicas e administrativas, possuído em razão, disso:
1. Autonomia política,econômica e administrativa;
2. Exército e moeda próprias;
3. Processo legislativo próprio;
4. Processo tributário próprio.
A relação entre os feudos vizinhos era, em regra, conflituosa.
O feudalismo se fundamentava em 2 bases de sustentação:
1) A propriedade de imensas porções de terra dava aos senhores feudais condições para gerar uma maior quantidade de produção agrícola e, por conseguinte, gerava uma maior produção de riqueza.
2) O método de produção econômica estava baseado na exploração do trabalho dos servos, de tal modo que a maior daquilo que era produzido ficava com os senhores feudais.
Contextualização histórica
Para compreender o efeito alcance das alterações ocorridas na transição da idade média para a idade moderna, é fundamental entender a organização sócio-política medieval; esse modo de organização era denominada: feudalismo.
O feudalismo, enquanto, modo de organização sócio-politico, apresentava características bem especificas.
Por se constituir como um regime político centralizado, no feudalismo a figura predominante era o senhor feudal;
Esquema de um feudo
Figura
Os feudos constituíam-se como unidades políticas, econômicas e administrativas, possuído em razão, disso:
1. Autonomia política,econômica e administrativa;
2. Exército e moeda próprias;
3. Processo legislativo próprio;
4. Processo tributário próprio.
A relação entre os feudos vizinhos era, em regra, conflituosa.
O feudalismo se fundamentava em 2 bases de sustentação:
1) A propriedade de imensas porções de terra dava aos senhores feudais condições para gerar uma maior quantidade de produção agrícola e, por conseguinte, gerava uma maior produção de riqueza.
2) O método de produção econômica estava baseado na exploração do trabalho dos servos, de tal modo que a maior daquilo que era produzido ficava com os senhores feudais.
Aula 03
Cont.
Devido às características e à sua dinâmica própria, o feudalismo não oferecia condições para que houvesse qualquer forma de mobilidade social, ou
seja, para que as classes sociais mais desfavorecidas desenvolvessem qualquer motivação para progredir economicamente. Aliado a essa fato, a cultura cristã
medieval estava baseada em um conjunto imenso de superstições, crendices e demais fatores que limitavam a iniciativa e a ambição das pessoas.
Nesse quadro, as chances de derrotar o sistema feudal eram mínimas, visto que os senhores feudais haviam acumulado muito poder e riqueza. O fim do sistema
feudal, então, dependia do desgaste natural do próprio sistema, o que, como a história comprova, acabou ocorrendo.
Nesse momento histórico, dois personagens foram fundamentais para a derrota do feudalismo: I) os reis e II) a burguesia.
Os reis eram pessoas que descendiam (direta ou indiretamente) de autoridades que haviam recebido títulos de nobreza e terras ainda nos tempos do
Império Romano. Contudo o seu poder estava limitado exclusivamente ao título de nobreza, pois, na maioria dos casos, os reinos não possuíam exércitos, não
possuíam economias fortes e não possuíam condições políticas de impor uma decisão aos senhores feudais. Nesse sentido, pode-se compreender o significado
da expressão: “o Rei reina, mas não governa”.
A burguesia,que se tornaria a classe comercial e econômica mais poderosa da Europa,tem sua origem associada aos raros casos em que os servos
conseguiam quitar suas dívidas com os senhores feudais. A fim de não contrair nova divida, os servos deixavam os feudos e se fixavam em lugares denominados à
época de cidades-livres. Uma vez nessas cidades, os ex-servos desenvolveram atividades comerciais e prosperaram, obtendo muito sucesso e imensos lucros.
Aula 04
Processo de formação do Estado moderno
Como visto anteriormente, o feudalismo não oferecia condições para que fosse substituído por outro sistema de organização mais justo e eficaz,
assim como mais eficiente em termos econômicos.
Observados com atenção, rei e burguesia possuíam um inimigo em comum: os senhores feudais e o feudalismo.
Nesse sentido, rei e burguesia encontravam-se na seguinte condição:
1) Reis:possuíam autoridade (titulo de nobreza); faltavam recursos financeiros;
2) Burguesia: faltava autoridade; possuíam muitos recursos financeiros;
Diante dessa situação, foi natural que fosse constituída uma aliança entre rei e burguesia.
Muito embora cada um tivesse motivos distintos para desejar o fim do feudalismo, o objetivo era o mesmo para ambos.
No caso do rei, os senhores feudais eram obstáculos para o domínio político (efetivo) do reino, tendo em vista que o poder dos senhores
feudais era, geralmente, muito maior do que o do próprio rei.
No caso da burguesia, o sistema feudal constituía-se como um enorme obstáculo para o desenvolvimento dos negócios e do comércio, tendo em
vista que cada feudo possuía uma moeda e regras próprias para o comércio e demais transações comerciais.
Processo de formação do Estado moderno
Como visto anteriormente, o feudalismo não oferecia condições para que fosse substituído por outro sistema de organização mais justo e eficaz,
assim como mais eficiente em termos econômicos.
Observados com atenção, rei e burguesia possuíam um inimigo em comum: os senhores feudais e o feudalismo.
Nesse sentido, rei e burguesia encontravam-se na seguinte condição:
1) Reis:possuíam autoridade (titulo de nobreza); faltavam recursos financeiros;
2) Burguesia: faltava autoridade; possuíam muitos recursos financeiros;
Diante dessa situação, foi natural que fosse constituída uma aliança entre rei e burguesia.
Muito embora cada um tivesse motivos distintos para desejar o fim do feudalismo, o objetivo era o mesmo para ambos.
No caso do rei, os senhores feudais eram obstáculos para o domínio político (efetivo) do reino, tendo em vista que o poder dos senhores
feudais era, geralmente, muito maior do que o do próprio rei.
No caso da burguesia, o sistema feudal constituía-se como um enorme obstáculo para o desenvolvimento dos negócios e do comércio, tendo em
vista que cada feudo possuía uma moeda e regras próprias para o comércio e demais transações comerciais.
Aula 05
Cont.
Não houve demora para que reis e burgueses entendessem que uma mudança radical de situação dependia, necessariamente, do fim do sistema feudal,
com o consequente fim do predomínio dos senhores feudais.
O acordo entre reis e burguesia foi formalizado nos seguintes termos:
a) a burguesia financiaria o rei, a fim de fortalecê-lo econômica, financeira e militarmente;
b) o rei, por sua vez, utilizaria sua autoridade para promover um radical processo de reorganização política, econômica e financeira, processo esse que resultou na criação do Estado.
A burguesia indicou ao rei que aguardasse o momento apropriado para utilizar tais recursos, o que ocorreu, em particular, por meio de duas razões em específico:
1) desgaste natural do próprio sistema feudal em virtude do extensamente longo período de duração da idade média;
2) o movimento das cruzadas, que desorganizou por completo a estrutura dos feudos, no sentido econômico, administrativo e militar.
Esquema de formação do Estado moderno
figura
Cont.
Não houve demora para que reis e burgueses entendessem que uma mudança radical de situação dependia, necessariamente, do fim do sistema feudal,
com o consequente fim do predomínio dos senhores feudais.
O acordo entre reis e burguesia foi formalizado nos seguintes termos:
a) a burguesia financiaria o rei, a fim de fortalecê-lo econômica, financeira e militarmente;
b) o rei, por sua vez, utilizaria sua autoridade para promover um radical processo de reorganização política, econômica e financeira, processo esse que resultou na criação do Estado.
A burguesia indicou ao rei que aguardasse o momento apropriado para utilizar tais recursos, o que ocorreu, em particular, por meio de duas razões em específico:
1) desgaste natural do próprio sistema feudal em virtude do extensamente longo período de duração da idade média;
2) o movimento das cruzadas, que desorganizou por completo a estrutura dos feudos, no sentido econômico, administrativo e militar.
Esquema de formação do Estado moderno
figura
Aula 06
Características do Estado moderno
Como mencionado anteriormente, a aliança entre rei e burguesia, somada aos demais fatores históricos do fim da idade média, criou condições para que o
sistema feudal fosse, enfim, derrotado, ocasionando o fim do predomínio dos senhores feudais.
No lugar do sistema feudal surgiu um outro modo de organizar politicamente a sociedade; esse novo modo passou a ser denominado Estado.
O Estado consiste na organização política da sociedade, cujo predomínio ocorre não mais em razão da pessoa (modelo feudal), mas em razão da instituição, que, por sua vez, representa o poder.
O Estado é organizado, portanto, por meio de poderes institucionais (legislativo, judiciário e executivo).
Após o processo de unificação territorial dos feudos, toda a autoridade e todo o poder político foram reunidos em uma só instituição (Rei) que, nesse modelo, governava de absoluto (regime absolutista).
Mudanças estruturais promovidas pelo surgimento do Estado.
a) Unidade territorial;
b) Unidade militar: foi formado um exército profissional cuja função era defender todo o território nacional;
c) Unidade legislativa/administrativa: as funções de criar as leis e de administrar todo o governo foram conferidas ao rei;
d) Unidade monetária: foi adotada uma única moeda e um único código de transações comerciais dentro de cada território nacional.
Aula 07
Filosofia Moderna
De modo similar às demais áreas da sociedade que sofreram profundas alterações em razão do fim do sistema feudal e do consequente surgimento do Estado, houve uma profunda alteração no pensamento da época.
Se no sentido social, a maior mudança observada foi o surgimento do Estado, no pensamento, a maior mudança foi a diminuição da influência da Igreja.
A esse processo foi atribuída a denominação de laico (ou processo de laicização da sociedade), o resultado desse processo foi uma gradativa diminuição do rígido controle que a Igreja exercia sobre a sociedade.
A diminuição do controle da Igreja sobre a sociedade apresentou, no pensamento, dois reflexos diretos e imediatos.
a) Pensamento científico: derivado do método filosófico, foi formulado o método científico, cujo objetivo era investigar os fenômenos (naturais) de modo racional e objetivo; destacam-se os trabalhos desenvolvidos por Galileu Galilei, Johannes Kleper, dentre outros;
b) Pensamento filosófico: houve a reutilização do método filosófico (antigo) com a finalidade de investigar, racional e objetivamente, os demais fenômenos não naturais, a fim de superar a superstição e crendices religiosas. Destacam-se, nesse sentido, os trabalhos de Nicolau Maquiavel, René Descartes, dentre outros.
Filosofia Moderna
De modo similar às demais áreas da sociedade que sofreram profundas alterações em razão do fim do sistema feudal e do consequente surgimento do Estado, houve uma profunda alteração no pensamento da época.
Se no sentido social, a maior mudança observada foi o surgimento do Estado, no pensamento, a maior mudança foi a diminuição da influência da Igreja.
A esse processo foi atribuída a denominação de laico (ou processo de laicização da sociedade), o resultado desse processo foi uma gradativa diminuição do rígido controle que a Igreja exercia sobre a sociedade.
A diminuição do controle da Igreja sobre a sociedade apresentou, no pensamento, dois reflexos diretos e imediatos.
a) Pensamento científico: derivado do método filosófico, foi formulado o método científico, cujo objetivo era investigar os fenômenos (naturais) de modo racional e objetivo; destacam-se os trabalhos desenvolvidos por Galileu Galilei, Johannes Kleper, dentre outros;
b) Pensamento filosófico: houve a reutilização do método filosófico (antigo) com a finalidade de investigar, racional e objetivamente, os demais fenômenos não naturais, a fim de superar a superstição e crendices religiosas. Destacam-se, nesse sentido, os trabalhos de Nicolau Maquiavel, René Descartes, dentre outros.
Aula 08
Nicolau Maquiavel
O pensamento moderno caracterizou-se em razão de mais admitir a interferência da Igreja no processo de produção de conhecimento.
Nesse sentido, um dos mais expressivos pensadores dessa proposta foi o filósofo italiano Nicolau Maquiavel.
A obra de Maquiavel concentrou-se em um objeto de estudo: a política; e seus principais apontamentos sobre esse fenômeno foram reunidos em um pequeno
livro entitulado “o Princípe”; a obra divide-se em vários tópicos, destacando-se 3 em particular.
Maquiavel foi um dos primeiros pensadores modernos a propor um método em que as conclusões acerca de um fenômeno fossem obtidas a partir da
observação (atenta e metódica) da realidade, não mais admitindo o pensamento especulativo.
Na obra “o Príncipe”, Maquiavel procura compreender o fenômeno político da liderança, assim como suas características e elementos constitutivos.
As principais partes de “o Príncipe” são:
a)Métodos para se chegar ao poder;
b) Métodos para se manter no poder;
c) Apontamentos, opiniões e observações acerca da dinâmica do poder.
O objetivo de Maquiavel em observar a formação do Estado italiano.
Aula 09
(Cont.)
a) Métodos para se chegar ao poder: no entendimento de Maquiavel, o poder consiste no fenômeno segundo o qual um indivíduo exerce autoridade sobre um grupo ou coletividade; o poder ainda consiste na condição de mando (conferida ao líder) e de obediência (conferida aos governados).
Maquiavel, observando a história, percebeu 3 meios para se chegar ao poder:
1) Através da força: consiste no uso da força física (militar), o poder é conquistado;
2) Através da hereditariedade: consiste no vínculo de família (cosanguíneo), o poder é transferido de uma geração para a geração seguinte;
3) Através de favores: consiste no uso de ajuda de outra pessoa, pois o líder não tem condições por si mesmo;
b) Métodos para se manter no poder: uma vez no poder, a preocupação do Príncipe é manter-se no poder; Maquiavel observou que o método para se manter no poder possuía uma relação direta com o método para chegar:
1) Através da força: consiste no uso da força física (policial), para que a ordem seja mantida;
2) Através da observação do líder anterior: constituído por duas hipóteses:
a. Se o líder anterior era amado, manter as políticas que favoreciam o povo;
b. Se o líder anterior era odiado, mudar as políticas que prejudicavam o povo.
3) Através da não contrariedade: não contrariar os interesses do bem-feitor que ajudou o líder a chegar ao poder.
Aula 10
(Cont.)
c) Apontamentos, opiniões e observações acerca do poder: Maquiavel investiga o fenômeno do poder em seus inúmeros aspectos constitutivos, desde as características mais relevantes para o exercício da liderança, até elementos aparentemente insignificantes, dentre essas observações destacam-se:
1) virtú e fortuna: Maquiavel procura observar os exemplos bem e mal sucedidos da história para delimitar o melhor modo de exercer a liderança; nesse sentido, ele formulou 2 conceitos:
- virtú: muito embora similar ao termo virtude, virtú, para Maquiavel, eqüivale ao conjunto de atributos e características (pessoais) que tornam a liderança potencial em
liderança efetiva.
- fortuna: não corresponde a riqueza material, mas a circunstâncias e oportunidades que o Príncipe deve aproveitar (ou evitar) para reforçar o seu poder.
2) amor ou temor: Maquiavel faz a seguinte indagação: é melhor para o Príncipe ser amado ou ser temido? Maquiavel entende que o amor, na verdade, é admiração, que pode ser facilmente convertido em ódio; o temor é o medo de perder algo; Maquiavel sugere que a melhor opção para o Príncipe é a combinação dos dois (medo e admiração); mas como tal combinação é difícil de ocorrer, Maquiavel sugere que a utilização do temor.
(Cont.)
c) Apontamentos, opiniões e observações acerca do poder: Maquiavel investiga o fenômeno do poder em seus inúmeros aspectos constitutivos, desde as características mais relevantes para o exercício da liderança, até elementos aparentemente insignificantes, dentre essas observações destacam-se:
1) virtú e fortuna: Maquiavel procura observar os exemplos bem e mal sucedidos da história para delimitar o melhor modo de exercer a liderança; nesse sentido, ele formulou 2 conceitos:
- virtú: muito embora similar ao termo virtude, virtú, para Maquiavel, eqüivale ao conjunto de atributos e características (pessoais) que tornam a liderança potencial em
liderança efetiva.
- fortuna: não corresponde a riqueza material, mas a circunstâncias e oportunidades que o Príncipe deve aproveitar (ou evitar) para reforçar o seu poder.
2) amor ou temor: Maquiavel faz a seguinte indagação: é melhor para o Príncipe ser amado ou ser temido? Maquiavel entende que o amor, na verdade, é admiração, que pode ser facilmente convertido em ódio; o temor é o medo de perder algo; Maquiavel sugere que a melhor opção para o Príncipe é a combinação dos dois (medo e admiração); mas como tal combinação é difícil de ocorrer, Maquiavel sugere que a utilização do temor.